Já viu esse livrinho aqui? É uma preciosidade do Décio Pignatari (1927-2012).
Ele é praticamente uma oficina de bolso. Toda vez que o revisitamos, aprendemos novamente com ele. Sem contar que ele tem um jeito muito livre de escrever e de fazer comparações do trabalho artístico com outras atividades humanas.
Os capítulos nos ajudam a lidar com aquilo que poderíamos chamar, com Roman Jakobson, de “função poética” da linguagem. Quer dizer, é um livrinho pequeno e poderoso para entendermos que quando fazemos poesia a comunicação de conteúdos é só uma partezinha do trabalho, bem mínima.
Ali são discutidos conceitos importantes como o de parataxe, ou aqueles que ficaram famosos por causa do Ezra Pound: melopeia, fanopeia e logopeia (as dimensões sonora, imagética e pensante da linguagem poética).
O Décio também ensina a gente, de maneira bem leve, a como trabalhar com o ritmo, seja no contraste dos sons com o silêncio, seja no jogo daquilo que aparece, desaparece e reaparece.
Quem quiser brincar com a forma, vai atrás desse do Décio. É uma oficina garantida! ( :