o corpo do poema

programa

Há performance sempre que houver a instauração, pelo ato criativo, de algo que antes não existia. Ou ainda: há performance quando o corpo for solicitado, empenhado, posto em teste pela arte. Trabalhando com essas hipóteses, mas também torcendo-as, pode-se pensar que performance poética existe quando a matéria verbal toma uma forma corporal, de ato, encenação ou intervenção, configurando-se como experiência irredutível ao universo do texto puro e simples. Este curso quer mapear e discutir diferentes formas da relação entre poesia e performance que têm lugar na cena brasileira contemporânea. A proposta parte de dois eixos formais: a matriz construtivista e experimental que vem das décadas de 1960 e 1970, de um lado, e de outro as múltiplas experiências da cultura popular e da cultura de massas, que estão ancoradas em práticas de longa memória. Essas duas matrizes encontram-se e fertilizam-se de várias maneiras, construindo o horizonte daquilo Gonzalo Aguilar e Mario Cámara chamaram, pensando sobre a cultura brasileira moderna, máquina performática. Estruturado em seis encontros, o curso irá combinar, em cada um dos seus encontros, investigação teórica sobre a performance com a análise de trabalhos de artistas de referência. Programa Pensar a performance: (in)definições, contextos e impasses A palavra antes (e além) da página: formas em expansão Na rua, no meio do redemunho: a palavra em praça pública Rede de ruídos: poesia sonora, texto e voz, voz (cena) e texto O corpo empenhado: escritas táteis Teatralidades do poema Cronograma Encontro 1. Lenora de Barros Encontro 2. Ricardo Aleixo Encontro 3. Marília Garcia Encontro 4. Angélica Freitas & Juliana Perdigão Encontro 5. Aline Motta/Arnaldo Antunes/Sérgio Medeiros Encontro 6. CEP 20.000 * Gustavo Silveira Ribeiro é professor de Literatura Brasileira da UFMG e um dos editores da Ouriço - revista de poesia e crítica cultural. Coordena o Núcleo ESCAPE - grupo de pesquisa sobre Poesia Experimental, Performance e Artes do Corpo (UFMG/CNPq).