top of page
este curso não está recebendo agendamentos no momento

disponível online

o clarão das frestas

lições de haicai e haibun

Encerrado
320 Reais brasileiros
online

programa

Conhecido pela extrema brevidade e captura do instante, o haicai tem um pano de fundo zen (contemplação, simplicidade, não eu), que demanda a cristalização de um lampejo estético vivido por quem o escreve. Para isso, exige do praticante uma prolongada e apurada disciplina: haicai, mais que poesia, é caminho (Tao, Do, ou haiku-Do). Mas como o caminho do haicai encontra seus próprios caminhos na realidade da modernidade tardia, no Sul Global, na era da sexta extinção em massa, no foco da urbanidade etc.? Com base em uma pesquisa que resultou no livro O clarão das frestas: dez lições de haicai encontradas na rua, a oficina, de nome quase homônimo, visa estabelecer pontes entre a tradição poética e filosófica do haicai, de origem japonesa, com as atuais possibilidades de deglutição e variação do terceto no nosso tempo e cultura. A fim de alargar as possibilidades da experiência poética e literária, os encontros também pretendem introduzir as características do gênero haibun, espécie de diário de viagem, ou mesmo crônica, de poucas linhas, incrementado com um ou mais haicais. Criado por Matsuo Bashô, fundador do haicai, o haibun (hai, de haicai, bun, de diário, anotações) é uma forma prosimétrica (prosa mais verso) que é, ele mesmo, um desdobramento do haicai. Diferentemente do haicai, já há muito difundido mundo afora, o haibun é ainda uma forma pouquíssimo conhecida no Brasil. Portanto, haicai e haibun como alicerces poéticos — e, por que não, espiritualizantes — na ressignificação da percepção da vida neste tempo desencantado, em que tudo se desmorona. Haicai e haibun como escrita frugal que se habilita a reencantar, através da imanência, a beleza do mundo — nas suas chispas, partículas, banalidades. Haicai e haibun para tentar abarcar (assim como é próprio dessa escrita ligeira, condensada, singela) as dimensões complementares de firmeza e delicadeza, ternura e força, concretude e fragilidade, da sensação de eterno no seio da fugacidade. * Felipe Moreno (1993) nasceu em São Paulo e vive em Florianópolis. Graduado em Comunicação Social (FMU) e mestrando em literatura (UFSC), cuja pesquisa é voltada à literatura fragmentária, ao haicai e outros gêneros literários breves. Idealizador e editor-artesão-faz-tudo da Casatrês. Escreve em gêneros não convencionais — crônicas, miniensaios, haicais, haibuns, fragmentos, miscelâneas. Autor dos livros O bambu balança (Bestiário, 2022), Retalhos (Casatrês, 2022) e O clarão das frestas (Círculo de Poemas, 2024).


bottom of page