fazer no miudinho: ginga sob medida
André Capilé [4 encontros]
programa
Nenhum verso é realmente livre – pelo menos assim se colocam Eliot & outros quando pensam o que é fazer um bom trabalho em poesia. Diante dessa premissa, esta oficina propõe a investigação do fazer no miudinho, da ginga sob medida. Orientados por um olhar-relojoeiro para as práticas de versificação, com as medidas postas em cena, vamos investigar modais métricos, dentro & fora das tradições mais marcadas, a partir de uma entrada nos fulcros & furos de ritmos. E isso não apenas do ponto de vista da medida do verso, como também de suas componentes sonoro-formais. A oficina será orientada por: 1) investigação dos modos de versificação conhecidos, mas pouco explorados em sua radicalidade formal, com ênfase em modais prosódicos mais comuns em língua brasileira, bem como suas variantes; 2) (re)conhecimento da variabilidade dos modelos fixos, reposicionando o plano duro das ideias de “forma fixa”, em particular do soneto; 3) apresentação do verso livre sob medida e a presença do metro fantasma neste modelo de composição; finalmente, 4) modais sonoros, tais como assonância, aliteração e rima, como elementos estruturantes e não de adorno do poema. Títulos das aulas: 1) olhar-relojoeiro, investigando estruturas e metros 2) mobilidade dos fixos, outro olhar sobre o soneto 3) livre sob medida, reflexões sobre o verso livre 4) casa de suingue, modais sonoros e balanços da forma André Capilé é professor, poeta, performer e tradutor. Graduou-se em Filosofia na UFJF, é mestre em Estudos Literários e doutor em “Literatura, Cultura e Contemporaneidade”, pela PUC-Rio. Integrou o corpo editorial da revista escamandro e é parte do conselho editorial da Edições Macondo. Publicou rapace (2012), chabu (2019) e rebute (2019), pela editora TextoTerritório; balaio (2014), pela coleção megamini da 7Letras; muimbu (2017), paratexto (2019) e azagaia (2021), pela Edições Macondo. O ensaio Tradução-Exu [ensaio de tempestades a caminho] e o drama em versos Uma A Outra Tempestade [Tradução-Exu], ambos em parceria com Guilherme Gontijo Flores, foram publicados pela Relicário Edições (2022). Traduziu “The Love Song of J Alfred Prufrock” como “A Canção de Amor de J Pinto Sayão” para a coleção Herbert Richers da Edições Macondo, Não Digam que Estamos Mortos, de Danez Smith, publicado pela Editora Bazar do Tempo e O Cometa de W. E. B. Du Bois, pela editora Fósforo.