



alguma outra coisa
escrever com Clarice Lispector
programa
Na famosa entrevista televisiva que Clarice Lispector deu em 1977 à TV Cultura, ela fala da incerteza do momento entre um trabalho e outro, referindo-se a um necessário “esvaziamento da cabeça” que possibilitaria o nascimento de “alguma outra coisa”. Focando em dois romances da autora - Água viva e A hora da estrela -, perguntaremos o que muda e o que se mantém entre eles, quais são os riscos que a autora assume, que ideia de literatura vai aparecendo nesses livros. Os dois romances são obras em que Clarice arrisca muito: ela sai da ficção, inventa conceitos, dissolve o eu, fragmenta o texto, entre outros experimentos radicais. Faremos algumas práticas de escrita a partir deles, refletindo ao mesmo tempo sobre as apostas envolvidas quando se começa a escrever algo novo. * Paloma Vidal (Buenos Aires, 1975) é escritora e ensina Teoria Literária na Universidade Federal de São Paulo. Dedica-se à ficção e à crítica, tendo publicado romances, peças, livros de contos, de ensaios e de poesia, entre os quais: Algum lugar (7Letras, 2009), Mar azul (Rocco, 2012), Três peças (Dobra, 2014), Dupla exposição (Rocco, 2016), Estar entre: ensaios de literaturas em trânsito (Papéis Selvagens, 2019), Pré-história (7Letras, 2020), La banda oriental (Tenemos las Máquinas, 2021), Não escrever [com Roland Barthes] (Tinta-da-China, 2023) e Lugares onde eu não estou (7Letras, 2024). Traduziu, entre outros autores e autoras latino-americanos, Clarice Lispector, Adolfo Bioy Casares, Lina Meruane, Sylvia Molloy, Margo Glantz, Tamara Kamenszain e César Aira.

